“O que você ganha com isso?”
Você já ouviu essa pergunta? Não é de hoje que convivo com esse tipo de questionamento.
Essa pergunta inevitavelmente aparece, seguida de alguns elogios, relacionados à forma intensa com nos dedicamos ao conduzir atendimentos por longos períodos, sem a certeza de qual será a remuneração ou qualquer tipo de retorno financeiro.
É comum no nossa rotina clínica, ter a equipe, ou parte dela totalmente dedicada e disponível para colocar em prática, com profissionalismo e de forma amorosa, o que chamamos de “nossa missão”, antes de sabermos exatamente o que ganharemos com isso (no que diz respeito ao ganho financeiro).
Como profissionais conscientes e apaixonados que somos, colocamos muita energia para suprir a necessidade eminente de acolhimento e apoio à famílias que se encontram, no pós diagnóstico imediato da surdez, período de extrema vulnerabilidade emocional.
Para quem já passou por qualquer pós diagnóstico, fica bem fácil de entender que esse é um momento crucial, para decidirmos se queremos ter a adesão ou a evasão da família ao tratamento.
Há uma sede de informação, misturada com episódios de extrema angústia, raiva e ansiedade, num momento de luto e tristeza profundos, permeados pelo medo de não dar conta, de não saber se será possível enfrentar e conduzir a criança para um futuro desconhecido, que precisam ser direcionados com cuidado e respeito.
Esses são sentimento comuns aos seres humanos, sem distinção de raça, cor, gênero ou condições sócio-econômicas.
Esse é o momento de mostrar à família que estamos aqui de corpo e alma, presentes, disponíveis, que vamos caminhar juntos, lado a lado, passo a passo, de perto e de longe, independentemente do que vamos ganhar com isso.
Investimos sim muito tempo e energia nessas famílias que estão apenas começando a reabilitação auditiva, com o propósito de que elas não se percam desse longo caminho, já logo no início da jornada auditiva e transformem a intervenção precoce em tardia, um promissor num péssimo prognóstico.
Aconselhamento, muito aconselhamento, observação muita observação, avaliação, reavaliação, teste, reteste, seguir à risca cada etapa do protocolo pediátrico, disponibilizar a experiência domiciliar de forma assistida com as próteses auditivas, verificar e validar, e fazer isso a cada troca de moldes auriculares, orientar, reorientar, repetir infinitas e quantas vezes forem necessárias as mesma informações, acompanhar, monitorar….. pode sim parecer exaustivo, sobretudo para aqueles que ainda não se deram conta de que é preciso sentir prazer no que se faz, para que isso seja leve, frutífero, prazeroso e lucrativo, para ter bons resultados e ganhar de fato alguma coisa com isso.
Eu ganho e muito exercendo a missão que escolhi, seguindo a risca o que se preconiza eticamente.
É extremamente prazeroso e gratificante ver que, com tudo isso, posso mudar a vida dessas crianças e de suas famílias. Transformar sombra em Luz para esse novo caminho, silêncio em som, dor em esperança, a fragilidade extrema na força necessária para que sigam em frente nessa longa jornada auditiva.
É muito gratificante saber que podemos fidelizar essas famílias e acompanhá-las por muitos e muitos anos, sem perdê-las no meio do caminho e ganhando o seu respeito, a adesão ao tratamento, a confiança e a recomendação de muitas outras famílias que necessitam do mesmo apoio.
A gratidão é diretamente proporcional à prosperidade e à abundância.
Você só precisa decidir qual o tipo de abundância vai te fazer sentir que está ganhado ou um grande vencedor.
E fica aqui a minha dica, para que consiga responder à essa pergunta.
Você também já se perguntou: “O que eu ganho com isso?”
Conheça o Programa de Incentivo à Estimulação Auditiva:
Raquel Munhoz, CRFa 2-5488
Fonoaudióloga Especialista em Audiologia Clínica pelo Cediau e Responsável Técnica no Núcleo de Audiologia
Título de Especialista em Audiologia pelo CFFa 2079-03
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